2023

Confira os nossos eventos realizados em 2023: 

Democracia e Segurança Pública: análise da letalidade policial brasileira (26/10/23):

“Uma arma na cintura, o sangue na moldura/ Uma farda, uma armadura, um disfarce, uma ditadura/ Um gás lacrimogêneo e algema não é a cura.” (A praça canção de Racionais MC's)

Convidamos a todas, todes e todos para o evento online onde discutiremos Democracia e Segurança Pública: análise da letalidade policial brasileira. A letalidade policial é uma tecnologia de controle social, executada pelo Estado brasileiro. O Brasil possui uma das maiores taxas de mortes decorrentes de intervenção policial do mundo. Sendo a maioria das vítimas jovens negros e moradores de periferias, o que evidencia um viés discricionário e preconceituoso nas abordagens e ações policiais.

Participação de Daniel Hitara (UFF), Fabio Bispo (PPGPSI), Samuel Vida (PDRR/UFBA) e Belle Damasceno (UFBA).

Data: 26 de outubro

⏰ Horário: 19 horas

🖥️ Local: Canal do YouTube do LASInTec Unifesp.


Realização: Núcleo de Estudos e Pesquisas em Prisões, Violência e Direitos Humanos (NEPP/UESB); Programa de Pós-graduação em Psicologia Institucional (Ppgpsi/UFES); Laboratório de Análise em Segurança Internacional e Tecnologias de Monitoramento (LASInTec/UNIFESP) e Programa de Pós-graduação em Direitos Fundamentais e Justiça (Dir/Dcsa-UESB).

Esperamos vocês!

YouTube

Gravação do evento

Lançamento do documentário "Memória obstinada: caminhos das mães por memória e verdade em Osasco e Barueri" (13/09/23):

No dia 13 de setembro às 19h na Unifesp-EPPEN faremos o lançamento do documentário "Memória obstinada: caminhos das mães por memória e verdade em Osasco e Barueri".

 Convidamos todas as pessoas a participarem!

 Vivemos numa sociedade fascinada pela questão criminal. Eventos sem relação direta com a vida das pessoas possuem um potencial enorme de atrair audiência: casos de violências diversas são os que mais povoam o noticiário, assim como o policial talvez seja a principal personagem do mercado de entretenimento. No entanto, a constelação de afectos mobilizados por esses casos, reais ou fictícios, é sempre privada ou só toma uma dimensão pública quando o caso é mediado pelo Estado. E, por ilógico que seja, a violência produzida pelo sistema de justiça criminal sempre recebe como resposta uma demanda por mais polícia e punição, criando um circuito que se retroalimenta de violências diversas.

 Desde o final de 2019, o LASInTec, grupo de pesquisa da EPPEN-UNIFESP campus Osasco que também realiza ações de Extensão, atua junto à associação de mães, parentes e amigos das pessoas executadas na Chacina de Osasco e Barueri, até hoje a maior chacina do estado de São Paulo, ocorrida entre os dias 8 e 13 agosto de 2015. Acompanhamos, além do cotidiano da Associação 13 Agosto, quatro atos anuais de memória da chacina e um julgamento, no começo de 2020, que terminou por inocentar 2 policiais (um guarda metropolitano e um PM) pela participação nas execuções. O PM, após ser inocentado por júri popular, foi reincorporado, no início deste ano, à tropa da Polícia Militar do estado de São Paulo por ato do atual governador. Esse acompanhamento junto à associação de mães é feito, ainda hoje, em parceria com outros grupos de pesquisa e extensão da UINIFESP, como a Clínica de Direitos Humanos do campus Osasco, o Centro de Memória Urbana (CMUrb), do campus Zona Leste, e o Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF).

 No final de 2021, recebemos verba de emenda parlamentar para execuções de nossas ações. Isso permitiu que montássemos uma equipe de pesquisadores (da graduação ao doutorado), coordenada por Joana Barros e Acácio Augusto, para realização das ações. Essa equipe, com uma dezena de pesquisadores e pesquisadoras, incluiu ainda Zilda Maria de Paula, como pesquisadora social, que coordenava os trabalhos da Associação 13 de Agosto, e dois realizadores de audiovisual, Caio Castor e Flávio Galvão. O documentário “Memória obstinada: caminhos das mães por memória e verdade em Barueri” é um dos resultados deste trabalho coletivo e em associação com as mães. Além dele, há um memorial eletrônico sobre a chacina que está no site do CMUrb e uma publicação em livro a ser lançada no final deste ano ou no começo de 2024.

 O objetivo desses materiais informativos/analíticos sobre a chacina de Osasco e Barueri é expor, por meio de um caso-limite, os modos de ação da justiça criminal e, em especial, das polícias. Evita-se tanto o clamor por justiça voltado ao sistema criminal, produtor dessas violências, quanto o sentimentalismo em relação às mães das pessoas executadas. Este documentário, portanto, tem como finalidade expor as formas da violência policial e reiterar a proposição analítica do LASInTec contra a violência em nossa sociedade: a abolição da polícia!

Ato em memória dos 8 anos da Chacina de Osasco e Barueri (12/08/23):

 A Associação 13 de Agosto, grupo de mães, amigos e parentes das pessoas executadas na maior chacina da história do estado de São Paulo, ocorrida em 2015, convida a todxs a participar do ato por memória e verdade.

 O ato também contará com o lançamento do documentário Memória obstinada: caminhos das mães por memória e verdade em Osasco e Barueri.

2013: 10 anos de revolta e insurreição
QUEM TEM MEDO DE JUNHO DE 2013? (14/06/23 - 16/06/23):

 Junho de 2013 no Brasil foi um acontecimento intempestivo.

 Nos dias de revolta que varreram o Brasil naquele junho, governos e suas polícias, jornalistas e seus ventríloquos universitários, partidos de esquerda e de direita com seus respectivos representantes, assim como as organizações de direitos humanos e seus ativistas, se apressaram em isolar os vândalos dos manifestantes pacíficos. O objetivo político era associá-los à anarquia entendida como desordem e caos para entregar militantes e manifestantes para a violência brutal das Tropas de Choque e enfiá-los em bancos de delegacias e/ou de tribunais. Hoje, alguns destes agentes políticos lamentam que a extrema-direita tomou as ruas e repetem, como autômatos, que a democracia está em crise e ameaçada pelo fascismo. Muitos colocam a culpa dessa situação, ou o início dela, nas revoltas de junho de 2013. Querem criminalizar pessoas e tentam silenciar as revoltas e a potência de transformação que ela traz. Como é comum na história política moderna, apontam para a anarquia como um monstro político a ser dominado, domesticado ou eliminado. Forças da ordem, à esquerda e à direita, temem o ingovernável. Diante desse diagnóstico de 10 anos de reação a junho de 2013, algumas pessoas, militantes e pesquisadores, se reuniram para conversa sobre o que estavam preparando para os 10 anos de junho de 2013 em seus locais de trabalho e militância. Estes eventos derivam dessas conversas.

 Trata-se uma série não unificada, mas articulada, que ocorrerá durante o mês de junho de 2023, sobre a atualidade das insurreições de junho de 2013 nas cidades de Porto Alegre, Rio de Janeiro, Osasco, São Paulo e Belo Horizonte. Cada coletivo local fará as conversas e exibição de vídeos à sua maneira e segundo critérios próprios. No entanto, todos evitam o tom de efeméride para lidar com a singularidade e a atualidade do acontecimento junho de 2013, destacando a revolta e suas conexões com outras mobilizações que estavam a acontecendo no planeta, mas sobretudo com os movimentos envolvidos nos eventos de 2013 e sua afirmação de autonomia e diferença em relação aos movimentos sociais tradicionais. Estamos interessados nos efeitos das insurreições de junho de 2013 ainda presentes hoje, tanto em termos de luta e características dos movimentos, quanto em termos de reação da ordem, com mudanças nas formas de repressão e controle e a subsequente articulação da elite política para capturar insatisfações em processos institucionais, eleitorais e partidários.

 Trata-se não de uma leitura final e totalizante do acontecimento, mas uma leitura libertária que busca mover a revolta no presente, soprando a brasa ainda acesa da labareda que varreu o Brasil há 10 anos. 

Divulgamos o ciclo de conversas que acontecerá presencialmente na EPPEN-Unifesp nos dias 14, 15 e 16 de junho.
O evento também terá exibição de vídeos e o lançamento do livro "A revolta nas ruas: junho de 2013 no Brasil" de Matheus Marestoni.
Confira nas imagens abaixo as informações de cada mesa e alguns registros do evento.

Seminários de pesquisa -
Políticas desenvolvimentistas e controles penais: novas formas de extração de obediência e produtividade econômica (31/05/23 - 01/06/23):

 Nesta semana o LASInTec recebe o coordenador do CERCOS - Grupo de Estudos sobre Cercamentos, Controles e Mercados, Adalton Marques, para uma série de seminários de pesquisa em torno da agendas sobre encarceramentos, controles punitivos e policiamentos associados aos projetos de desenvolvimento e aos mercados legais e ilegais.

 Duas dessas conversas serão abertas: uma online e transmitida pelo nosso canal no YouTube, com Felipe Estrela, também do estado da Bahia, e com José Cláudio de Souza Alves,que pesquisa as milícias no Rio de Janeiro há três décadas; a outra será presencial na EPPEN-UNIFESP Campus Osasco, com o coordenador do CERCOS e xs coordenadorx do LASInTec.

Lançamento do livro "Política Selvagem" de Jean Tible (04/05/23)

LASInTec convida todes a participarem do lançamento do livro “Política Selvagem” de Jean Tible.

O evento será presencial no dia 04 de maio às 19h na Unifesp-EPPEN.

A mesa será formada por:

Jean Tible (USP);
Joana da Silva Barros (Unifesp-LASInTec);
Salomão Jovino da Silva (USP).